18 agosto 2007

'Fazes-me falta' - Inês Pedrosa

Aqui vou eu estrear-me, finalmente, após uma luta intensa para conseguir aceder à conta! [ Victory! Let the fireworks begin! ]
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Decidi começar por algo que me fosse especial e, quando me pus a pensar sobre o que havia de versar, este livro veio-me instantaneamente à memória. Ensinou-me, na altura, a saber aceitar a ausência. É um romance que retrata um sentimento, já enraizado, de falta. Dois amigos que perderam para sempre o conforto da presença mutua e que relembram, agora, os momentos passados. Os altos e baixos de uma relação, a saudade, a dor, a raiva, o amor, o carinho, os gostos, os medos, os sonhos...
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A particularidade de ter dois narradores, ambos participantes, confere-lhe uma dinâmica viciante que o torna impossível de largar após iniciada a leitura.
Não vou descortinar mais este tesouro... fico à espera que o leiam e que me tragam aqui a vossa opinião!
Para fazer crescer agua na boca:

'Fazes-me falta. Mas a vida não é mais do que essa sucessão de faltas que nos animam. A tua morte alivia-me do medo de morrer. Contigo fora de jogo, diminui o interesse da parada!'
'Querida, querida Sininho, a falta que me faz alguém que não ache tudo normal.'
'Como é que eu mato a tua morte?'
'Amavas a amizade, com uma devoção de segurança. A amizade resolvia a efémera arbitrariedade do amor.'
'Dizia que quem falava muito de si gastava-se mais depressa. E então eu comecei a gastá-lo. Gastei-o tanto que, depois de mim, ele começou a procurar uma vida. Uma história em que pudesse travar a nossa não-história.'
'Fazes-me falta, merda - já te disse? O seráfico do teu Jesus, porque é que não me acode? Porque é que não te ressuscita - por uma horas, Senhor, o que são umas mariquíssimas horas para um gajo repimpado na eternidade?'
'Tu és o único que não me pode esquecer. Esquecemos alguma vez uma parte do que somos?'
'Ando à caça de palavras resplandecentes, tropeço nelas dentro e fora da vida, interpreto, magoo-me, interpreto outra vez, sujo-me, borro a pintura da cara que não tenho, das caras que fui desenhando sobre a cara que me faltou.'
'Morri tantas vezes antes de morrer - morri sempre que o amor parava, e o amor estava sempre a parar dentro de mim.'
'Dava-me as pessoas, nessa época; dava-me o melhor que podia, por isso reagia tão mal aos sinais de desconfiança, malevolência e suspeição.'
'Destruía-te que as pessoas não soubessem ser de uma bondade intacta, inquebrável.'
'Fazer amor não existe, porra, o amor não se faz. O amor desaba sobre nós já feito, não o controlamos.'

3 comentários:

Laura Brown disse...

Vou ler. Já está na lista há muito tempo. E agora, depois de ler essas passagens, acho que vai saltar alguns dos livros que estão à espera...

Ana Teresa disse...

Também acho que vai ser a minha proxima aquisição na fnac ou bertrand mais próxima!!!

ADEK disse...

Segunda-feira...Almoço no Colombro...Passeio na FNAC...Vontade de passar a tarde a vaguear no meio dos livros...Pouca vontade de ir ao voluntariado no Zoo...Faltamos ao voluntariado no Zoo, que acaba no nosso "despedimento":P...Vagueamos entre os livros na Fnac...Descubro o fanstástico livro-resumo de bioestatística que me fez passar no exame...Descobres um dos teus livros preferidos...Lês-me algumas passagens do livro...Contas-me o significado que teve para ti leres esse livro... Emocionas-te ao falares do livro...Dizes que me vais emprestar o livro...Hora de jantar...Vais dormir a minha casa, mas precisas do pijama...Vamos ao teu quarto buscar o pijama...Tens lá o livro...Mostras-me de novo o livro...Lês-me mais umas passagens do livro...Emocionas-me com o livro...Dás-me vontade de ler o livro...MAs nunca mais me emprestaste O livro!! LOL:P "Fazes-me falta"........;) Muita!!!;)