31 agosto 2007

Anita de férias:P

3...2...1...Acção!

Aqui vai o meu primeiríssimo poste neste honrado blog. Eu sei que tardou, mas estive a pensar no que havia de escrever. Iam surgindo várias coisas que valia a pena serem referidas e, quando já eram tantas, a preguiça começou a vencer-me aos poucos. Mas hoje prometi a mim mesma que não passava sem me estrear na SECA. Como as férias estão praticamente no fim e vai iniciar-se o nosso "Sweet September", achei que poderia ficar aqui um resumo cultural (ou nem sempre, como verão mais à frente) das minhas férias. O que vi, li, ouvi... Bom e mau. Peço desculpa a quem se sentir ofendido por ficar de fora, mas caso me lembre de alguma falha, acrescentarei em tempo oportuno. Para já, aqui vão as minhas críticas pessoais ao que foi surgindo no caminho neste Verão...

Como não podia deixar de ser (quem conhece bem os meus vícios já está a prever do que vou falar, certo?) aqui vão as minhas sugestões de...pois bem...séries!
Acompanhei a estreante "Heroes", que segue a vida de várias pessoas aparentemente "normais", mas a quem começam a surgir estranhas aparições de mutações genéticas que lhees trazem super-poderes. Bem, à primeira vista, pode parecer uma espécie de remake de X-Men, mas não tem muito a ver, na minha opinião. Os super poderes que vão aparecendo surgem com alguma semelhança aos que os pupilos do Professor X demonstravam, mas "Heroes" foca mais os pequenos dramas pessoais de cada personagem e o seu trauma por ser diferente. Curiosamente, apenas um dos personagens (o Peter Petrelli, cujo actor que lhe dá vida pode ser visto no fantástico -ou não..lol- vídeo de Fergie "Boy's Don't Cry") deseja estes super poderes; todos os outros o acham um fardo e uma desculpa para serem infelizes. Tem uma trama interessante, há quem diga que o final da temporada deixa um pouco a desejar, mas ainda assim aconselho vivamente a quem gosta de se "viciar", como eu...

Já tinha visto alguns episódios aleatoriamente quando dava na tvi, por volta das 4 da manhã, mas aproveitei estas férias para ver de seguida as quatro temporadas de "Two and a Half Men", com o brilhante Charlie Sheen. Eu rio-me que nem uma perdida com as aventuras de Charlie (o compositor de músicas para publicidade, rico, tarado por miúdas sexys e mais novas e com um intenso problema para se comprometer), Alan, o seu irmão quiroprático, maníaco por organização, limpezas, divorciado e que praticamente vive na casa e às custas de Charlie e Jake, o "meio homem", filho de Alan, e isco de Charlie para atrair mulheres (claro que, no fundo, ele também adora o miúdo). A empregada Berta, sempre com alguma piada de humor negro guardada e Rose, a vizinha com quem Charlie se envolveu uma vez e que o persegue pois acha que é o seu grande amor, são as cerejas no topo do bolo que me fazem venerar esta série. Quando precisarem de boa disposição, já sabem!

Na linha de comédia, redescobri, também, as dez temporadas do clássico "Friends". Rachel, a menina rica que decidiu abandonar o noivo abastado no altar e começar a sustentar-se a si própria; Mónica, a chef viciada em limpeza e arrumações; Ross, o irmão de Mónica e tímido arqueólogo que ama Rachel desde sempre mas nunca admitiu e se divorciou da mulher depois desta ter descoberto que era lésbica; Phoebe, a adorável hippie telepata e sempre com uma palavra amiga (e cómica) a dizer; Chandler, o economista "geek" que não tem muito jeito para atrair o sexo oposto e partilha o apartamento com Joey, o aspirante a actor que raramente consegue ter êxito num casting, mas domina a conquista do mundo feminino. Dispensam apresentações, certo? (E recomeçaram a exibir a primeira temporada na 2;)).

Não posso deixar de referir também os filmes que fui vendo e me marcaram, de forma positiva, ou nem tanto! Consideremos que estou em Viseu, e as estreias são escassas...

No cinema, não posso deixar de referir "Transformers", apenas para dar a oportunidade a uma das colaboradoras do blog para me espancar até à morte virtual:P Gostaria de referir que vi também "Evan, O Todo Poderoso" e achei simplesmente vergonhoso (mas é apenas a minha opinião). Bruce não achei fabuloso, mas também não foi mau... Mas o Evan... Bom... ainda ando a tentar esquecer! Em relação a experiências um pouco mais positivas, tenho que referir "Shrek, the Third", que me fez dar umas boas gargalhadas, apesar de já ter ouvido dizer a muita gente que os seus antecessores são de qualidade superior (sinceramente não me consigo lembrar) e, bom... "The Simpsons", que aguardei com imensa expectativa, e não me decepcionou. Também já ouvi opiniões contrárias, mas talvez seja o meu estigma de não conseguir resistir à família amarela, quer seja num episódio da série, ou num episódio mais alargado (como já ouvi chamar ao filme). Nunca pensei ver o pequenino órgão do Bart, ou o amor da vida de Lisa. Foi muito giro... Filmes mais antigos também vi (abençoado seja o dvd), nomeadamente "The Good Earth", "Road to Perdition", "In the Mouth of Madness", "On the Waterfront", "Cruel Intentions", "Man on the Moon" e provavelmente outros que não me lembro agora:P De qualquer forma, não vou desenvolver cada um deles, mas se a curiosidade vos apertar, comentem, e peçam para eu escrever um textinho sobre aquele que mais vos desperta a curiosidade saber o que achei. O mais certo é já estarem imensamente fartas de me ler e não pedirem nada:P

Prometo que acelero isto; queria só aconselhar um livro policial que adorei (a quem ainda não leu) de Mary Higgins Clark, uma das minhas autoras preferidas. Sinceramente não me lembro do título em ingles, mas em português é "Gosta de Música, Gosta de Dançar". Causou-me mais nervosismo, ansiedade e curiosidade do que muitos filmes. Envolve, vicia, e está muito bem escrito. Um homem com perturbações psiquiátricas atrai mulheres a sua casa através de anúncios nos classificados amorosos dos jornais; redige sempre um texto com título homónino ao do livro. A certa altura, assassina a melhor amiga da protagonista, e Darcy, a personagem principal, quer descobrir a verdade a todo o custo. Mas ela não sabe que o cruel vilão tenciona que ela seja a próxima vítima...

(Gostaram do suspense da última frase? Parecia mesmo o texto de contracapa...ou já estou a ser demasiado pretensiosa? eheheh)
Bom, teria mais algumas coisas a acrescentar, mas não vos quero levar a abrir a boca e a desistir de me ler logo no primeiro post (e, só vocês sabem, se calhar já falhei nisso:P). Então por aqui me fico:) Continuação de boas férias, e como dizia o genial Lauro Dérmio: "Always watch good mubes, e ti jei!"

Darko kisses****

28 agosto 2007

II - Querem mais cultura...

...que conhecer o nosso próprio Portugal?!

FIGUEIRA DA FOZ

NAZARÉ

FOZ DO ARELHO

PORTO

Ai que ricas férias as minhas...

I - Querem mais cultura....

...que conhecer o nosso próprio Portugal?!

BUÇACO

CARAMULO

LAMEGO

VISEU

AVEIRO

19 agosto 2007

World Press Photo 2007

Para os amantes de fotografia (ou para aqueles que apenas *gostam*) começou no passado dia 17 de Agosto a exposição World Press Photo 2007 no Museu da Electricidade, em Lisboa. São 191 fotografias que podem ser vistas até 9 de Setembro do presente ano.
É de sublinhar que se celebra, este ano, o 50.ª edição do prémio mais importante de fotojornalismo do mundo... a exposição promete!
Para ver algumas fotos de 2006 clique aqui.
(PS: Aproveitem por mim... que eu não posso ir =( )

18 agosto 2007

Sabiam que...

... o sorriso feminino tem características particulares que o tornam importante para o tratamento de pessoas com doenças do foro depressivo? (PS: é de frisar que, neste tema, não é feita qualquer alusão ao sorriso masculino xD)
... em Viena estão a organizar uma campanha pela igualdade entre os géneros na qual propoem que cada sinal masculino tenha o seu alter ego feminino e vice versa? (como é obvio AINDA não vão haver homens grávidos) Nem só as mulheres empurram carrinhos de bebé...
... já há carros com visores infravermelhos (que custam 3500€, caso haja alguem interessado)?
... a United Visual Artists criou um jardim de luz que interage com os visitantes?
... Kim Peek sabe de cor mais de 8000 livros, alem de todos os códigos postais dos EUA (foi ele que inspirou a personagem de Dustin Hoffman em Encontro de Irmãos)?

(decidi, por fim, acabar de ler a 'Super Interessante' de Junho... foi este o resultado)*

'Fazes-me falta' - Inês Pedrosa

Aqui vou eu estrear-me, finalmente, após uma luta intensa para conseguir aceder à conta! [ Victory! Let the fireworks begin! ]
.
Decidi começar por algo que me fosse especial e, quando me pus a pensar sobre o que havia de versar, este livro veio-me instantaneamente à memória. Ensinou-me, na altura, a saber aceitar a ausência. É um romance que retrata um sentimento, já enraizado, de falta. Dois amigos que perderam para sempre o conforto da presença mutua e que relembram, agora, os momentos passados. Os altos e baixos de uma relação, a saudade, a dor, a raiva, o amor, o carinho, os gostos, os medos, os sonhos...
.
A particularidade de ter dois narradores, ambos participantes, confere-lhe uma dinâmica viciante que o torna impossível de largar após iniciada a leitura.
Não vou descortinar mais este tesouro... fico à espera que o leiam e que me tragam aqui a vossa opinião!
Para fazer crescer agua na boca:

'Fazes-me falta. Mas a vida não é mais do que essa sucessão de faltas que nos animam. A tua morte alivia-me do medo de morrer. Contigo fora de jogo, diminui o interesse da parada!'
'Querida, querida Sininho, a falta que me faz alguém que não ache tudo normal.'
'Como é que eu mato a tua morte?'
'Amavas a amizade, com uma devoção de segurança. A amizade resolvia a efémera arbitrariedade do amor.'
'Dizia que quem falava muito de si gastava-se mais depressa. E então eu comecei a gastá-lo. Gastei-o tanto que, depois de mim, ele começou a procurar uma vida. Uma história em que pudesse travar a nossa não-história.'
'Fazes-me falta, merda - já te disse? O seráfico do teu Jesus, porque é que não me acode? Porque é que não te ressuscita - por uma horas, Senhor, o que são umas mariquíssimas horas para um gajo repimpado na eternidade?'
'Tu és o único que não me pode esquecer. Esquecemos alguma vez uma parte do que somos?'
'Ando à caça de palavras resplandecentes, tropeço nelas dentro e fora da vida, interpreto, magoo-me, interpreto outra vez, sujo-me, borro a pintura da cara que não tenho, das caras que fui desenhando sobre a cara que me faltou.'
'Morri tantas vezes antes de morrer - morri sempre que o amor parava, e o amor estava sempre a parar dentro de mim.'
'Dava-me as pessoas, nessa época; dava-me o melhor que podia, por isso reagia tão mal aos sinais de desconfiança, malevolência e suspeição.'
'Destruía-te que as pessoas não soubessem ser de uma bondade intacta, inquebrável.'
'Fazer amor não existe, porra, o amor não se faz. O amor desaba sobre nós já feito, não o controlamos.'

Reciclagem musical III


Continuando a ideia dos posts anteriores, escolhi para comentar hoje uma canção chamada She's leaving home, do album Sergeant Peppers lonely hearts club band, considerado unanimemente a obra-prima dos Beatles. Apesar de ter sido publicada em 1967 (e aproveito a ocasião para prestar homenagem aos 40 anos deste álbum) trata na minha opinião de um tema extremamente actual, que são as relações familiares, nomeadamente a relação entre pais e filhos.

"Wednesday morning at five o'clock as the day begins
Silently closing her bedroom door
Leaving the note that she hoped would say more
She goes downstairs to the kitchen clutching her handkerchief
Quietly turning the backdoor key
Stepping outside she is free.
She (we gave her most of our lives)
Is leaving (sacrificed most of our lives)
Home (we gave her everything money could buy)
She's leaving home after living alone
For so many years. (bye, bye)

Father snores as his wife gets into her dressing gown
Picks up the letter that's lying there
Standing alone at the top of the stairs
She breaks down and cries to her husband
Daddy our baby's gone!
Why would she treat us so thoughtlessly?
How could she do this to me?
She (we never though of ourselves)
Is leaving (never a thought for ourselves)
Home (we struggled hard all our lives to get by)
She's leaving home after living alone
For so many years. (bye, bye)

Friday morning at nine o'clock she is far away
Waiting to keep the appointment she made
Meeting a man from the motor trade.
She (what did we do that was wrong?)
Is having (we didn't know it was wrong)
Fun (fun is the one thing that money can't buy)
Something inside that was always denied
For so many years.
She's leaving home bye, bye. "

De todas as canções dos Beatles, esta foi provavelmente aqula que mais me marcou. Partindo de um trocadilho entre os verbos “to leave” (partir) e “to live” (viver) conta-nos a história de uma rapariga que se sentia totalmente só e por isso resolveu sair de casa para grande desespero dos seus pais. Ela toma esta decisão porque na sua casa ninguém parecia minimamente preocupado com o seu bem-estar ou com os seus sentimentos. Apesar do simbolismo hippie que possa ser atribuído a esta canção, os casos de crianças e jovens cujas vidas familiares deixam muito a desejar é um tema pertinente hoje, tal como certamente o seria em 1967. Quando ouvimos falar em abandono pensamos no sentido literal do termo, mas o abandono também pode ser psicológico, se os pais são seres permanentemente ausentes, com quem os filhos não conseguem manter qualquer tipo de proximidade. A educação, afinal de contas, não é apenas uma questão de dinheiro: a atenção, o carinho e o respeito mútuo não estão à venda. E não é tão raro como se possa pensar vermos muitos pais que se limitam a comprar os filhos, muitas vezes movidos por sentimentos de culpa de não lhes darem atenção que gostariam (até porque muitas vezes não o conseguem pelas mais variadas razões, ninguém disse que educar um filho era uma tarefa fácil) e compram aos filhos tudo o que eles pedem, deixando-se manipular totalmente pelos caprichos destes e sendo incapazes de lhes incutir quaisquer valores. Ou então têm uma relação de tal modo fria com os filhos (muitas vezes com as melhores intenções e sem noção nenhumas das consequências) que estes são estranhos na suas própria casa, a família só o é no papel, não no verdadeiro sentido do termo em que o afecto e atenção deveriam estar acima de tudo. Até porque há coisas que o dinheiro não compra e há muita coisa que não se vê mas que faz muita falta, e cujo valor nunca se deveria duvidar.

15 agosto 2007

Reciclagem musical II


Continuando a ideia do post anterior, a minha busca por canções interessantes dos Beatles levou-me ao seu álbum Revolver de 1966 e à balada Eleanor Rigby.

“Ah, look at all the lonely people
Ah, look at all the lonely people

Eleanor Rigby picks up the rice in the church where a wedding has been
Lives in a dream Waits at the window, wearing the face that she keeps in a jar by the door
Who is it for?

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?

Father Mackenzie writing the words of a sermon that no one will hear
No one comes near.
Look at him working.
Darning his socks in the night when there's nobody there
What does he care?

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people Where do they all belong?

Eleanor Rigby died in the church and was buried along with her name
Nobody came
Father Mackenzie wiping the dirt from his hands as he walks from the grave
No one was saved

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?

Embora esta canção também se refira ao alheamento do mundo, ela fala-nos um pouco de outra dimensão do problema: a solidão. Existem hoje, tal como certamente existiam em 1966, muitas pessoas cujas vidas são pautadas pela mais completa solidão, pessoas que simplesmente não têm ninguém a seu lado com quem possam compartilhar o que quer que seja nas suas vidas. Vivem em silencio, apenas quebrado pelo ruído de fundo da televisão, tantas vezes única janela para o mundo. Pessoas que não existem aos olhos da sociedade, como se já não fizessem parte deste mundo (será que alguma vez o terão feito?), existindo apenas porque vivem, ou antes sobrevivem, um dia depois do outro. De entre todos aqueles a quem esta descrição se poderia aplicar, um caso que eu considero particularmente grave e especialmente chocante é a solidão em que vivem muitas pessoas idosas. Passam todos os dias sozinhas sem companhia da família (que quantas vezes não tem tempo ou disponibilidade mental para lhes dar a atenção devida) como que esperando a morte, já que muitas vezes parecem já ter morrido por dentro há muito. Lembro-me de uma senhora que estava internada no Hospital de Santa Maria a quem eu fui distribuir presentes de natal e que nos disse que não valeria a pena ir passar o natal a casa, simplesmente porque não estaria lá ninguém. Eu penso em todos os que passam o natal (e os demais dias do ano) em casas vazia de pessoas e de afecto (na empty house is not a home cantavam os Keane em Atlantic) e vêm-me a memoria os versos “Ah, look at all the lonely people!” até porque talvez seja tempo de abrirmos os olhos para esta triste realidade e fazermos alguma coisa por estas pessoas a fim de que elas possam ter algum lugar a que possam chamar seu.

Rufus Wainwright no Coliseu de Lisboa em Novembro

"Cantor regressa a Portugal para apresentar Release the Stars .
Rufus Wainwright tem regresso marcado ao Coliseu dos Recreios, em Lisboa, no dia 6 de Novembro. Os bilhetes para o concerto promovido pela Ritmos e Blues já estão à venda nos locais habituais e os preços são os seguintes: €25 (balcão, sem lugares marcados), €30 (2ª plateia), €32,50 (1ª plateia) e €35 (cadeiras de orquestra).O cantor regressa a Portugal para apresentar o mais recente Release the Stars , depois de se ter deslocado ao nosso país em anos passados para diversos concertos (Vilar de Mouros, Aula Magna e Coliseu de Lisboa). O novo registo vendeu na semana de edição 24 mil cópias nos Estados Unidos e 30 mil em Inglaterra."

Aproveito a ocasião, já que acabei de saber desta notícia, para vos falar do Rufus. Imperdível. Que voz... Para quem conhece bem o Shrek, a música Hallelujah do fim do filme é do Rufus. Procurem por The Art Teacher que é a minha música favorita dele. Só conheço bem um album dele, o Want Two, e tenho ideia, pelo que me têm dito, que os novos albums até são diferentes, mas a voz é inconfundível e admirável. Vale mesmo a pena. Queria contar-vos mais, mas só sei que ele é gay, americano e pouco mais que isso...



E então? Vamos??

13 agosto 2007

Reciclagem musical


Continuando o processo, já iniciado há uns tempos, de retirar do armário as musicas que o meu pai tanto gostava e me ensinou a gostar e vim a deparar-me com algumas coisas curiosas. Uma delas é esta canção dos Beatles de 1965 chamada Nowhere man.

“He's a real nowhere man,
Sitting in his nowhere land,
Making all his nowhere plans
For nobody.

Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?

Nowhere man, please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere man, the world is at your command.
He's as blind as he can be,
Just sees what he wants to see,
Nowhere man can you see me at all?

Nowhere man, don't worry,
Take your time, don't hurry,
Leave it all till somebody else
Lend you a hand

Doesn't kave a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?

He's a real nowhere man,
Sitting in his nowhere land,
Making all his nowhere plans
For nobody. “

Não deixa de dar que pensar se muitos de nós, não partilhamos mais ou menos conscientemente este tipo de atitude. Pode parecer estranho que uma canção publicada há 42 anos tenha alguma verosimilhança na actualidade, mas se pensarmos com algumas calma talvez não seja tão absurdo como à primeira vista o poderia parecer. Muitos de nós, talvez muitos mais do que nos atreveríamos a supor vivem no estado de alheamento quase total, como que anestesiados de tudo o que acontece à sua volta, até porque é sem duvida mais fácil viver desse modo. Como os mesmos Beatles cantavam em 1967 em Strawberry Fields Forever "living is easy with eyes closed, misunderstanding all you see". Quantas vezes no meio de mil preocupações constantes com a vida diária (casa, emprego, família etc.) a nossa disponibilidade mental para outro assunto para além do nosso pequeno mundo virtualmente desaparece, não queremos saber de nada, nem de onde viemos e muito menos para onde vamos. Somos voluntariamente os piores cegos, porque nos recusamos a ver até mesmo o que se passa debaixo do nosso nariz porque a nossa cabeça está tão cheia, que somos alheios a tudo, como se não vivêssemos neste mundo. Não queremos saber de nada, não pensamos nada sobre nada (pensaremos de todo alguma coisa?) e acabamos talvez por perder uma grande oportunidade de fazer alguma coisa pelo mundo e também por nós mesmos.