
Continuando o processo, já iniciado há uns tempos, de retirar do armário as musicas que o meu pai tanto gostava e me ensinou a gostar e vim a deparar-me com algumas coisas curiosas. Uma delas é esta canção dos Beatles de 1965 chamada Nowhere man.
“He's a real nowhere man,
Sitting in his nowhere land,
Making all his nowhere plans
For nobody.
Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere man, please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere man, the world is at your command.
He's as blind as he can be,
Just sees what he wants to see,
Nowhere man can you see me at all?
Nowhere man, don't worry,
Take your time, don't hurry,
Leave it all till somebody else
Lend you a hand
Doesn't kave a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
He's a real nowhere man,
Sitting in his nowhere land,
Making all his nowhere plans
For nobody. “
Não deixa de dar que pensar se muitos de nós, não partilhamos mais ou menos conscientemente este tipo de atitude. Pode parecer estranho que uma canção publicada há 42 anos tenha alguma verosimilhança na actualidade, mas se pensarmos com algumas calma talvez não seja tão absurdo como à primeira vista o poderia parecer. Muitos de nós, talvez muitos mais do que nos atreveríamos a supor vivem no estado de alheamento quase total, como que anestesiados de tudo o que acontece à sua volta, até porque é sem duvida mais fácil viver desse modo. Como os mesmos Beatles cantavam em 1967 em Strawberry Fields Forever "living is easy with eyes closed, misunderstanding all you see". Quantas vezes no meio de mil preocupações constantes com a vida diária (casa, emprego, família etc.) a nossa disponibilidade mental para outro assunto para além do nosso pequeno mundo virtualmente desaparece, não queremos saber de nada, nem de onde viemos e muito menos para onde vamos. Somos voluntariamente os piores cegos, porque nos recusamos a ver até mesmo o que se passa debaixo do nosso nariz porque a nossa cabeça está tão cheia, que somos alheios a tudo, como se não vivêssemos neste mundo. Não queremos saber de nada, não pensamos nada sobre nada (pensaremos de todo alguma coisa?) e acabamos talvez por perder uma grande oportunidade de fazer alguma coisa pelo mundo e também por nós mesmos.
“He's a real nowhere man,
Sitting in his nowhere land,
Making all his nowhere plans
For nobody.
Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere man, please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere man, the world is at your command.
He's as blind as he can be,
Just sees what he wants to see,
Nowhere man can you see me at all?
Nowhere man, don't worry,
Take your time, don't hurry,
Leave it all till somebody else
Lend you a hand
Doesn't kave a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
He's a real nowhere man,
Sitting in his nowhere land,
Making all his nowhere plans
For nobody. “
Não deixa de dar que pensar se muitos de nós, não partilhamos mais ou menos conscientemente este tipo de atitude. Pode parecer estranho que uma canção publicada há 42 anos tenha alguma verosimilhança na actualidade, mas se pensarmos com algumas calma talvez não seja tão absurdo como à primeira vista o poderia parecer. Muitos de nós, talvez muitos mais do que nos atreveríamos a supor vivem no estado de alheamento quase total, como que anestesiados de tudo o que acontece à sua volta, até porque é sem duvida mais fácil viver desse modo. Como os mesmos Beatles cantavam em 1967 em Strawberry Fields Forever "living is easy with eyes closed, misunderstanding all you see". Quantas vezes no meio de mil preocupações constantes com a vida diária (casa, emprego, família etc.) a nossa disponibilidade mental para outro assunto para além do nosso pequeno mundo virtualmente desaparece, não queremos saber de nada, nem de onde viemos e muito menos para onde vamos. Somos voluntariamente os piores cegos, porque nos recusamos a ver até mesmo o que se passa debaixo do nosso nariz porque a nossa cabeça está tão cheia, que somos alheios a tudo, como se não vivêssemos neste mundo. Não queremos saber de nada, não pensamos nada sobre nada (pensaremos de todo alguma coisa?) e acabamos talvez por perder uma grande oportunidade de fazer alguma coisa pelo mundo e também por nós mesmos.
4 comentários:
Viver e não só sobreviver. Viver e não só existir.
(A propósito, tenho um texto para escrever sobre isso...)
As vezes dou comigo nesse mundo, temporariamente... e sabe bem.
É verdade que essa fuga inconsciente ao mundo (como um todo) acontece cada vez mais frequentemente... é um erro, sim, quando em demasia. É ser egoista e, arrisco a dizer, egocentrico. No entanto não acredito que alguem viva feliz se não criar tambem o seu mundo pararelo... pronto para uso sempre que necessario. Afinal de contas: ha que ter tempo para nós.
Gostei muito muito do post*
Entretanto lembrei-me disto: http://www.youtube.com/watch?v=hzoNInZ2ClQ&eurl=http%3A%2F%2Fa%2Dnighty%2Ddreamer%2Eblogspot%2Ecom%2F (so vendo o video se entende o porque)*
Não posso falar por mais ninguém, mas atrever-me-ei a dizer que provavelmente toda a gente se refugia, de vez em quando, nessa "nowhere land,/ making all (...) plans/For nobody". Corroboro: não posso falar por mais ninguém; mas quanto a mim: CULPADA!:P Bom, é como que um refúgio secreto, uma forma de me abstrair de como a vida pode ser complicada e trabalhosa mas, ao mesmo tempo, refugio-me também dos pequenos momentos fabulosos que valem tanto a pena. Mas é sempre temporário (MUITO temporário...). Assim, tenho plena consciência de que nesses momentos perco algumas coisas, mas como me ajudam a libertar algum stress, não me preocupa o que estou a deixar passar ao lado. MAS preocupa-me que as pessoas (aquelas por quem não posso falar, mas que conheço ou observo) possam viver nessa terra de ninguém mais tempo do que deveriam. De qualquer forma, se abstracção é a única forma de serem feliz, não tenho nada com isso:) MAs sim, não deixa de ser curioso que esta letra tão actual tenha sito escrita há tanto tempo. Faz-me pensar que, apesar de tantas inovações tecnológicas, tanto desenvolvimento social, científico e político não fizeram mudar a condição humana (e toda a essência que a define) assim tanto...
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