
Continuando a ideia do post anterior, a minha busca por canções interessantes dos Beatles levou-me ao seu álbum Revolver de 1966 e à balada Eleanor Rigby.
“Ah, look at all the lonely people
Ah, look at all the lonely people
Eleanor Rigby picks up the rice in the church where a wedding has been
Lives in a dream Waits at the window, wearing the face that she keeps in a jar by the door
Who is it for?
All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?
Father Mackenzie writing the words of a sermon that no one will hear
No one comes near.
Look at him working.
Darning his socks in the night when there's nobody there
What does he care?
All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people Where do they all belong?
Eleanor Rigby died in the church and was buried along with her name
Nobody came
Father Mackenzie wiping the dirt from his hands as he walks from the grave
No one was saved
All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?
Embora esta canção também se refira ao alheamento do mundo, ela fala-nos um pouco de outra dimensão do problema: a solidão. Existem hoje, tal como certamente existiam em 1966, muitas pessoas cujas vidas são pautadas pela mais completa solidão, pessoas que simplesmente não têm ninguém a seu lado com quem possam compartilhar o que quer que seja nas suas vidas. Vivem em silencio, apenas quebrado pelo ruído de fundo da televisão, tantas vezes única janela para o mundo. Pessoas que não existem aos olhos da sociedade, como se já não fizessem parte deste mundo (será que alguma vez o terão feito?), existindo apenas porque vivem, ou antes sobrevivem, um dia depois do outro. De entre todos aqueles a quem esta descrição se poderia aplicar, um caso que eu considero particularmente grave e especialmente chocante é a solidão em que vivem muitas pessoas idosas. Passam todos os dias sozinhas sem companhia da família (que quantas vezes não tem tempo ou disponibilidade mental para lhes dar a atenção devida) como que esperando a morte, já que muitas vezes parecem já ter morrido por dentro há muito. Lembro-me de uma senhora que estava internada no Hospital de Santa Maria a quem eu fui distribuir presentes de natal e que nos disse que não valeria a pena ir passar o natal a casa, simplesmente porque não estaria lá ninguém. Eu penso em todos os que passam o natal (e os demais dias do ano) em casas vazia de pessoas e de afecto (na empty house is not a home cantavam os Keane em Atlantic) e vêm-me a memoria os versos “Ah, look at all the lonely people!” até porque talvez seja tempo de abrirmos os olhos para esta triste realidade e fazermos alguma coisa por estas pessoas a fim de que elas possam ter algum lugar a que possam chamar seu.
“Ah, look at all the lonely people
Ah, look at all the lonely people
Eleanor Rigby picks up the rice in the church where a wedding has been
Lives in a dream Waits at the window, wearing the face that she keeps in a jar by the door
Who is it for?
All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?
Father Mackenzie writing the words of a sermon that no one will hear
No one comes near.
Look at him working.
Darning his socks in the night when there's nobody there
What does he care?
All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people Where do they all belong?
Eleanor Rigby died in the church and was buried along with her name
Nobody came
Father Mackenzie wiping the dirt from his hands as he walks from the grave
No one was saved
All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?
Embora esta canção também se refira ao alheamento do mundo, ela fala-nos um pouco de outra dimensão do problema: a solidão. Existem hoje, tal como certamente existiam em 1966, muitas pessoas cujas vidas são pautadas pela mais completa solidão, pessoas que simplesmente não têm ninguém a seu lado com quem possam compartilhar o que quer que seja nas suas vidas. Vivem em silencio, apenas quebrado pelo ruído de fundo da televisão, tantas vezes única janela para o mundo. Pessoas que não existem aos olhos da sociedade, como se já não fizessem parte deste mundo (será que alguma vez o terão feito?), existindo apenas porque vivem, ou antes sobrevivem, um dia depois do outro. De entre todos aqueles a quem esta descrição se poderia aplicar, um caso que eu considero particularmente grave e especialmente chocante é a solidão em que vivem muitas pessoas idosas. Passam todos os dias sozinhas sem companhia da família (que quantas vezes não tem tempo ou disponibilidade mental para lhes dar a atenção devida) como que esperando a morte, já que muitas vezes parecem já ter morrido por dentro há muito. Lembro-me de uma senhora que estava internada no Hospital de Santa Maria a quem eu fui distribuir presentes de natal e que nos disse que não valeria a pena ir passar o natal a casa, simplesmente porque não estaria lá ninguém. Eu penso em todos os que passam o natal (e os demais dias do ano) em casas vazia de pessoas e de afecto (na empty house is not a home cantavam os Keane em Atlantic) e vêm-me a memoria os versos “Ah, look at all the lonely people!” até porque talvez seja tempo de abrirmos os olhos para esta triste realidade e fazermos alguma coisa por estas pessoas a fim de que elas possam ter algum lugar a que possam chamar seu.
1 comentário:
Solidão. Nunca foi algo que me preocupou a nível pessoal, mas sempre foi um tema que debati muito. Vêem-se pessoas idosas com medo de envelhecer... E porquê? Porque têm medo de ter rugas, de ter uma marcha mais lenta, de se sentirem impossibilitados de realizar algumas tarefas simples do dia-a-dia? Também, mas parece-me que o principal problemas é verem cada vez mais perto o dia em que, possivelmente, se vão sentir sozinhos. Quantos de nós não se sentem sozinhos no seu mundo, não buscam incessantemente por uma companhia, um afecto, uma palavra amiga, muitas vezes sem sucesso? Quantos se sentem sozinhos, e de tanta solidão já nem acham que valha a pena procurar tudo isso? Como já referi, nunca senti na pele a solidão (a menos que tenha sido aquele tipo de solidão auto-induzida que às vezes sabe bem) e não consigo compreender o sentimento na sua plenitude. Preocupa-me que um dia ela possa chegar, preocupa-me ela já ter chegado a tanta gente. E quanto a isto, vale a pena ponderar que o maior problema dos solitários é suporem que são os únicos a sofrer desse mal. Gente: saiam à rua, façam amigos, cantem com os pássaros, falem com o vento, e dêm-se a conhecer ao mundo! ABAIXO A SOLIDÃO! Ah...e já sabem...Se algum solitário ler isto, as colaboradoras da SECA estão dispostas a distribuir Free Hugs e Free Kisses (mas sem abusos, claro:P) não é meninas?!:D****
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